Vítimas e agressores. Uma análise hermenêutica da obesidade em mídias digitais

Resumo

A obesidade é um fenômeno relevante para a saúde pública e economias em todo o mundo. Para a América Latina, a obesidade representa um gasto catastrófico para os sistemas de saúde, especialmente por sua relação com o diabetes mellitus tipo II, doença que 62 milhões de pessoas sofrem nesta região segundo a (OPAS, 2021) e que causa importantes complicações médicas e deficiências. Atualmente, são múltiplos os agentes sociais que têm muito a dizer sobre como combater a obesidade, enquanto outros tratam de se adaptar a ela ou até mesmo tirar proveito dela. Entre os discursos conflitantes, os riscos de transmitir, recomendar, promover e reinterpretar valores éticos e sociais como saúde, inclusão e liberdade são inevitáveis ​​e inestimáveis. Questionar a capacidade da mídia de difundir produtos, atitudes, modas e transformar a percepção da realidade, nos convida a refletir sobre os limites e liberdades dos comunicadores como agentes morais e mobilizadores da opinião pública. Os discursos estudados indicam, por um lado, que as comunidades são vítimas do contexto e, por outro, insiste-se na responsabilidade individual. Isso culpa alguns e liberta outros. Assim, expõem-se alguns desafios éticos para o exercício da comunicação, onde se enfrentam prioridades entre valores vitais como a saúde e valores deontológicos como a imparcialidade, a responsabilidade e a veracidade.