Produção de incertezas e desmobilização em ambientes digitais: a controvérsia das queimadas na Amazônia brasileira
Resumo
Este estudo analisa como condições de desmobilização foram acionadas nas disputas de sentido sobre a controvérsia das queimadas na Amazônia, visando legitimar o governo brasileiro. Selecionamos postagens feitas entre agosto e setembro de 2019 em Fanpages no Facebook de quatro atores políticos envolvidos na controvérsia: Planalto, presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e movimento MBL. Analisamos apelos que questionavam a concretude do problema, sua relação com o interesse público, suas possibilidades de solução e sua relação com valores morais amplos. Por meio da identificação dos principais temas, assuntos e argumentos utilizados, concluímos que as condições de desmobilização foram acionadas para desqualificar a participação de atores que se opunham ao governo ou para demonstrar apoio internacional, produzindo incertezas que contribuem para desinformação e criam entraves para a formação e movimentação de públicos.
Palavras-chave
Redes Sociais Digitais, Desinformação, Formação de Públicos, Desmobilização
Biografia do Autor
Mariana Alarcon Datrino
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Unesp - Universidade Estadual Paulista. Bolsista da Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, processo n. 2020/10447-6. Graduada em Relações Públicas pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac/Unesp) (2016-2019), obteve Bolsa de Iniciação Científica da Fapesp (vigência 2018/2019, processo n. 2017/21427-3), com a pesquisa intitulada "Comunicação estratégica de movimentos sociais na internet - Estudo sobre o Facebook do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra". A referida pesquisa foi classificada como uma das 10 melhores pesquisas da Faac durante o XXXI Congresso de Iniciação Cientifica da Unesp (2019 - primeira fase), sendo indicada para representar a Faac na segunda fase do Congresso, que contou com pesquisas de Iniciação Científica de toda a Unesp. Membro do Grupo de Pesquisa Comunicação Midiática e Movimentos Sociais – ComMov desde 2018. Tem experiência na área de Comunicação/Relações Públicas.
Caroline Kraus Luvizotto
É bacharel (2000), mestre (2003) e doutora (2010) em Ciências Sociais pela Unesp – Universidade Estadual Paulista. Realizou estágio de Pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa – Portugal (2020). Desde 2013, ocupa o cargo de Professor Assistente Doutor na Unesp e desde 2014 integra o corpo docente permanente do Programa de Pós-graduação em Comunicação da mesma instituição. Líder do Grupo de Pesquisa Comunicação Midiática e Movimentos Sociais – ComMov. Atua na área de Sociologia da Comunicação, desenvolvendo estudos sobre a relação entre Comunicação, Cidadania e Movimentos Sociais, com ênfase nos temas: participação, mobilização social, deliberação pública, ativismo digital, comunicação para mobilização popular.
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