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Os efeitos de sentidos do discurso jornalístico sobre o discurso da indústria da morte

Resumo

Nosso objetivo neste artigo foi analisar os efeitos de sentidos possíveis presentes no discurso jornalístico sobre o discurso da indústria da morte. Para tanto, empregamos como teoria e método a Análise de Discurso francesa, na perspectiva de Michel de Pêcheux, analisando uma vídeo-reportagem sobre a Funexpo, uma Feira de Negócios do setor funerário. Chegamos aos seguintes achados: i) a indústria da morte põe em funcionamento a busca pela naturalização do sentido da morte; ii) aquilo que é interditado enunciar sobre a morte, em sociedade, de modo geral, é permitido no ambiente restrito de condições de produção do discurso da indústria da morte, em que pese as contradições; iii) o discurso jornalístico sobre a morte tramita num continuum entre respeito e banalização do discurso, porém admitindo o funcionamento da ironia e do humor; iv) a enunciação sobre a vida, a alegria e o humor, no contexto de uma feira de negócios da morte, revela que existem sentidos outros possíveis para a morte; e v) o sentido da morte na sociedade capitalista pode passar por um processo de ressignificação; vi) o consumo, o fetiche e a ostentação são efeitos possíveis de serem admitidos na indústria da morte, como novas formas de se fazer o mesmo.

Palavras-chave

Indústria da morte, Análise de Discurso francesa, Discurso jornalístico

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Biografia do Autor

Fábio da Silva Rodrigues

Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (2004), especialização em economia e gestão do agronegócio pela UEM (2006) e mestrado em Agronegócios pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2008). Possui experiência na área de Administração, agronegócios e estudos organizacionais. Têm experiência em EAD - Educação a distância. Foi professor Colaborador junto a UEM no Departamento de Administração. í‰ aluno do curso de Doutorado em Administração pela UEM (Universidade Estadual de Maringá), desenvolvendo pesquisas nas áreas de Teoria Organizacional, Simbolismo Organizacional, espaço e território, identidade e Cotidiano. Atualmente, é professor efetivo do curso de Administração da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Câmpus de Naviraí-MS.

Elisa Yoshie Ichikawa

Possuo graduação em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutorado em Engenharia de Produção também pela UFSC. Realizei estágio pós-doutoral no Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG). Minhas investigações atualmente envolvem os estudos organizacionais em temas como cotidiano, identidades, discursos, memória e história, a partir de dimensões sociológicas, simbólicas e qualitativas de análise.


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