Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Inteligência artificial, desinformação e populismo digital : Como as plataformas digitais impulsionam os movimentos de extrema direita

Resumo

A disseminação de desinformação por meio de plataformas digitais e aplicativos de mensagens tem se acentuado nos últimos anos e levado riscos à manutenção de um espaço público democrático e à preservação da liberdade de expressão. A lógica de negócio destas plataformas traz em seu bojo um componente nocivo: ao conter os internautas nas chamadas bolhas ou câmeras de eco, cria um ambiente favorável à reafirmação de posições não abertas ao diálogo crítico, o que pode multiplicar a intolerância e agravar a polarização política. O presente artigo desenvolve uma revisão de literatura sobre o tema, abordando 34 artigos acadêmicos e livros, além de três entrevistas em profundidade, realizadas com estudiosos do assunto, para entender se esta dinâmica das redes digitais e o consequente clima de polarização que ela suscita contribuem para alavancar o ciberpopulismo de extrema direita.

Palavras-chave

Inteligência artificial. Desinformação. Populismo. Fake news.

PDF (Español (España)) Ver en línea (Español (España))

Referências

  1. ARENDT, H. (1967). Verdade e política. The New Yorker.
  2. BAKIR, V. E MCSTAY, A. (2017) Fake news and the Economy of Emmotions. Digital Journalism.
  3. BENKLER, Y., FARIS, R. e ROBERTS, H. (2018). Network Propaganda. Manipulation, Disinformation and Radicalization in American Politics. Nova York: Oxford University Press.
  4. BLAKE-TURNER, C. (2020). Fake news, relevant Alternatives, and the Degradation of our Epistemic Environment. Inquiry, 1-21.
  5. BRUZZONE, A. (2021). Ciberpopulismo. Política e Democracia no mundo digital. São Paulo: Contexto.
  6. BUCCI, E. (2019). Existe democracia sem Verdade Factual? São Paulo: Estação das Letras e Cores.
  7. BUCCI, E. (2019b). News não são Fake. E fake news não são News. In: BARBOSA, M. (org). Pós-verdade e Fake news. Reflexões sobre a Guerra de Narrativas. São Paulo: Cobogó.
  8. BUCCI, E. (2019c). Seriam as fake news mais eficazes para as campanhas de direita? Novos Olhares, vol. 8, n2.
  9. CABAÑES. J. (2020). Digital Disinformation and the Imaginative Dimension of Communication. Journalism & Mass Communication Quarterly. 1-18.
  10. CAMINHAS, L. e LELO. (2020). Civic Participation Faces Resentment: Right-wing Movements in Brazil and the Crisis of Democracy. Culture e Studi del Sociale, 5(2), 443-461.
  11. CESARINO, L. (2020). Como Vencer uma Eleição sem Sair de Casa: a Ascensão do Populismo Digital no Brasil. Internet & Sociedade. Vol. 1, número 1.
  12. EGELHOFER, J. e LECHELER, S. (2019). Fake news as a two-dimensional Phenomenon: a Framework and research Agenda. Annals of the International Communication Association, 1-20.
  13. EMPOLI, G. d. (2019). Os Engenheiros do Caos. Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições. São Paulo: Editora Vestígio.
  14. FARIA, José Eduardo (org). (2020). A Liberdade de Expressão e as Novas Mídias. São Paulo: Perspectiva.
  15. FARKAS, J. e SCHOU, J. (2018). Fake news as a Floating Signifier: Hegemony, Antagonism and the Politics of Falsehood. Javnost – The Public, 25 (3): 298-314.
  16. FARKAS, J. e SCHOU, J. (2020). Post-truth, fake news and Democracy. Mapping the politics of falsehood. New York: Routledge.
  17. GELFERT, A. (2018). Fake news: A Definition. Informal Logic, 38 (1): 84-117.
  18. GERBAUDO, P. (2018). Social media and populism: an elective affinity? Media, Culture & Society, vol. 40.
  19. GILLESPIE, T. (2014). The Relevance of Algorithms. In: Media Technologies. Essays on Communication, Materiality, and Society.
  20. KAUFMAN, D. (2019). A Inteligência Artificial Mediando a Comunicação: Impactos da Automação. In: Barbosa, M. (org). Pós-verdade e Fake news. Reflexões sobre a guerra de narrativas. São Paulo: Cobogó.
  21. KRÄMER, B. (2017). Populist on Online Practices: the Funciton of the Internet in righ-wing Populism. Communication & Society, 20 (9): 1293-1309.
  22. KREISS, D. e MCGREGOR, S. (2017). Technology Firms Shape Political Communication: The Work of Microsoft, Facebook, Twitter, and Google With Campaigns During the 2016 U.S. Presidential Cycle, Political Communication. Political Communication, 00:1–23.
  23. LEVITSKY, S. e ZIBLATT, D. (2018). Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar.
  24. LEVY, N. (2017). The bad news about fake news. Social Epistemology Review and Reply Collective 6(8): 20-36.
  25. MACHADO, J. e MISKOLCI, R. (2019). Das Jornadas de Junho à Cruzada Moral: o Papel das Redes Sociais na Polarização Política Brasileira. Sociologia Antropologia. Rio de Janeiro. v. 09-03: 945-970.
  26. MELLO, P. (2020). A Máquina do Ódio. Notas de uma Repórter sobre Fake-news e Violência Digital. São Paulo: Companhia das Letras.
  27. MENDONÇA, R. e CAETANO, R. (2020). Populism as Parody: The Visual Self-Presentation of Jair Bolsonaro on Instagram. International Journal of Press, 1-26.
  28. MOROZOV, E. (2018). Big Tech: a Ascensão dos Dados e a Morte da Política. São Paulo, Ubu Editora.
  29. O’NEIL, K. (2020). Algoritmos de destruição em massa. Como o Big Data aumenta a desigualdade e ameaça a democracia. Santo André: Editora Rua do Sabão.
  30. PEPP, J.; MICHAELSON, E. e STERKEN, R. (2019). Why we Should Keep Talking about Fake news. Inquiry, 1-17.
  31. RINI, R. (2017). Fake news and Partisan Epistemology. Kennedy Institute of Ethics Journal, 27(2): E43-E64.
  32. RUEDINGER, M. (2017). Os Robôs nas Redes Sociais. Rio de Janeiro: FGV, DAPP.
  33. TANDOC, E., LIM, Z. e LING, R. (2018). Defining Fake news. Digital Journalism, 6:2, 137-153.
  34. WARDLE, C. (2017). Fake news: it’s Complicated. First Draft. Disponível em https://firstdraftnews.org/articles/fake-news-complicated/. Acesso em 7/10/2021.
  35. WARDLE, C. (2016). Six types of misinformation circulated this election season. Columbia Journalism Review. Disponível em https://www.cjr.org/tow_center/6_types_election_fake_news.php. Acesso em 7/10/2021.
  36. Referências de artigos na imprensa
  37. MELLO, P. (2019). Com big data, político de centro corre risco de sumir, afirma especialista. Folha de S. Paulo. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/12/com-big-data-politico-de-centro-corre-risco-de-sumir-afirma-especialista.shtml. Acesso em 28.9.2021.
  38. SANTOS, JV. (2021). Bolsonarismo como identidade coletiva, a lógica sacrificial e a brutalização dos afetos. Entrevista com Rodrigo Nunes. Instituto Humanistas Unisinos. Disponível em http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/608123-bolsonarismo-como-identidade-coletiva-a-logica-sacrificial-e-a-brutalizacao-dos-afetos-entrevista-especial-com-rodrigo-nunes. Acesso em 20.08.2021.
  39. SLYNCHUK, A. (2021). The Companies that collect the most Data. Clario Blog. Disponível em https://clario.co/blog/which-company-uses-most-data/. Acesso em 20.08.2021.
  40. VOSOUGHI, S., ROY, D. e ARAL, S. (2018). Lies spread faster than the truth. Science Magazine. Disponível em https://www.science.org/doi/10.1126/science.aap9559. Acesso em 27.09.2021.
  41. Referências de Metodologia
  42. MORIN, E. (1966). A Entrevista nas Redes Sociais, no Rádio e na Televisão. Centre Nacional de La Recherche Scientifique Communications, n.7.
  43. POUPART, J. (2008). A Entrevista do tipo Qualitativo: Considerações Epistemológicas, teóricas e metodológicas. A Pesquisa Qualitativa: Enfoques Epistemológicos e Metodológicos. Petrópolis: Vozes.